Temos
o hábito de nos preocuparmos em dar satisfação para os outros. O que os vizinhos
vão pensar? E meus pais? Jamais aceitariam isso!!!
Julgar o outro é algo tão comum que
quando queremos algo considerado fora do padrão social do tempo em que vivemos já
pensamos no que vão achar da gente. Se julgamos, é óbvio que vão nos julgar.
Acabamos por não termos o direito de
escolher como queremos viver e o que realmente nos faz feliz. Daí você tem que
tomar uma coragem imensa para pedir para sair daquele emprego maravilhoso que
todos desejam ou escolher largar tudo para ser mãe.
Se escolher uma profissão não
tradicional você estará fadado a ser o eternamente “folgado”, que gosta de viver
de brisa... E daí? Quem não gosta??? Eu adoraria de verdade saber viver de
brisa... Infelizmente minha educação e crenças não me permitem, fico sempre
imaginando o que seriam de meus filhos se eu vivesse de brisa... Na realidade
acho que eu não aguentaria uma vida tão simples. Mas realmente admiro a vida
simples...
Outro dia mostraram no programa ‘Mais
você’ um surfista que postou um vídeo no youtube dele surfando em cima de uma
cadeira de praia e tomando um drink (isso tudo em cima da prancha ao mesmo
tempo em que descia a onda, tá?), na matéria Ana Maria e Louro José
demonstravam invejar a vida do cara...só que para viver de frente para aquele
mar e surfar, ele dá aulas de surf para crianças e trabalha num bar, além de
ter que abdicar de muitas mordomias da vida; ou seja, até pra se viver de brisa
tem ralar de alguma forma...e fazer escolhas...ele trabalha, faz o que gosta e
vive onde gosta. Acho que o diferencial dele, na realidade, é que ele se
conhece bem, responde às próprias expectativas sem dar muita satisfação pra
ninguém e é feliz.
Não invejamos o cara que vive na praia e
surfa por isso, nem o cara que trabalha testando jogos de vídeo game pela
profissão dele...nós desejamos ter a coragem que eles tiveram de assumir o que gostamos e realmente
fazer dar certo.
Realmente importa o que vão achar de
você porque você abdicou tudo para ser mãe em tempo integral? Ou largou o
emprego que te pagava superbem mas te consumia a vida?
Há poucas décadas, as mulheres mal
saiam às ruas sozinhas, então lutaram por sua independência, poder fazer aquilo que
a faz feliz, trabalhar, estudar, responder por si mesma. Mas chegamos a um
ponto onde temos essa garantia de que podemos fazer absolutamente tudo.
Ganhamos o mundo e já podemos nos dar o gostinho da simples escolha: quero
cuidar de meus filhos em casa ou não quero ser mãe ou quero ser hippie e viver
na praia numa barraca vendendo artesanatos.
Por que ficar presa num emprego que a
consome, a deixa sem saúde, sem namorado, sem vida? Por causa do status? Por causa do bom dinheiro que te pagam? Por que
o vizinho vai achar absurdo você larga-lo?
Temos que pensar na nossa felicidade. E
felicidade cabe somente a nós mesmos. O que me faz feliz não faz o vizinho, nem
meu irmão, nem meu pai feliz. Felicidade é algo relativo!!! Assim como os
sonhos...se você perguntar para diversas pessoas qual é o sonho delas vai se
surpreender com a diversidade das respostas.
Feliz é aquele que tem coragem para
fazer o que gosta! Claro que quando se tem uma família para alimentar temos
que, no mínimo, ter um plano para que tudo dê certo. Não vamos deixar nossos
filhos passarem necessidade por causa de sonhos mal executados. Mas também não
vamos nos esconder atrás de nossos filhos para nunca realizarmos nossos
sonhos...muito menos permitir que o ‘social’ te impeça. Sempre alguém terá uma
opinião precipitada de uma ação independentemente do caminho que você tome (não
se pode agradar a todos!). Então o segredo é julgar menos: julgando menos, você
se preocupa menos com os julgamentos alheios e vive mais a sua vida.
Então se pergunte: o que eu gostaria de
ser e fazer? O que realmente me dá prazer na vida? Consigo viver disso? Quais
são as implicações? Realmente serei feliz com essa vida? Consigo viver com
menos do que vivo? Ou preciso de mais (algumas pessoas simplesmente não são felizes
vivendo com pouco dinheiro, essas têm que ter sempre um bom planejamento e pensar
muito bem em suas escolhas)? Gosto de luxo, de conforto ou me basta o simples?
Coloque na balança e reveja sua vida.
Muitas pessoas chegaram exatamente onde
queriam só não conseguem valorizar o que tem, então não será largando tudo que
serão felizes. Mas maioria deixou a vida as levar e nem sabem como foram parar
na vida que possuem... E se contentam, como se contentaram no passado, em
deixar a vida continuar as levando...sem grandes perspectivas, sem grandes
alegrias... Só pelo medo da ilusão... Sem perceber que ilusão mesmo é viver uma
vida medíocre, sem buscar seu verdadeiro ‘eu’... E o que se deixa pra trás
quando tudo termina? No fim, o que vale foi a vida que você viveu.
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