Pesquisa do Expresso Feminino

26 de março de 2010

HPV - papilomavírus

por Flávia Pantoja Strafacci

Dizem que HPV é uma doença de nosso tempo: o da liberdade sexual. HPV (papiloma vírus) é uma DTS – doença sexualmente transmissível, uma família de vírus que pode ser adquirida com muita facilidade. Segundo estudos, de 50 a 80% das mulheres sexualmente ativas já adquiriram este vírus em algum momento de sua vida.
Essa família de vírus, segundo os dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer, possui mais de 200 tipos diferentes, alguns não causam grandes problemas e podem ser eliminados pelo organismo sem que a pessoa nem chegue a saber que teve. Alguns causam verrugas, outros infectam a região genital, podendo ocasionar lesões que, se não tratadas, se transformam em câncer de colo do útero. Esse é o grande problema desse vírus quando não é tratado a tempo.
O HPV pode ser adquirido e ficar incubado na pessoa. Os estudos não são precisos neste caso, havendo informações de que ele possa ficar incubado por meses e outros afirmam que pode ficar até por anos; somente se manifestando quando a imunidade da pessoa diminui por doença, gravidez ou estresse.

Outro problema do HPV é que, geralmente, não apresenta sintomas. A pessoa só desconfia de algo se aparecer uma verruga nas suas genitálias. Só que se a infecção gerar uma lesão no colo do útero, por exemplo, e não for tratada, pode virar câncer. Sendo comprovado que 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino foram antes infectadas por este vírus. No Brasil, cerca de 7.000 mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.
Segundo informações do INCA, há fatores que aumentam o potencial de desenvolvimento do câncer de colo do útero em mulheres infectadas pelo papiloma vírus: número elevado de gestações, uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional), tabagismo, pacientes tratadas com imunossupressores (transplantadas), infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas (como herpes e clamídia).
Os papiloma vírus (HPV) são transmitidos por contato direto com a área infectada. Sua transmissão é fácil, pois nem sempre o uso de camisinha pode ser suficiente para impedir o contágio, pois o vírus pode estar também nas regiões próximas à genitália que a camisinha não cobre. Se pode pegar usando camisinha, imagine sem!
Existem estudos que demonstram a presença dos vírus na pele, laringe e esôfago, apesar de serem mais raros. Portanto, mesmo ao se fazer sexo oral, deve-se usar proteção para diminuir riscos de contágio.
Apesar de ser considerada como um vírus de contágio sexual, há alguns estudos que mostram que pode haver contágio através de intimidade familiar. Emprestar peças íntimas, toalha, enfim, utilizar peças de roupas que tiveram contato íntimo com a pele infectada poderia passar para a outra pessoa. Material utilizado em consultório de ginecologista mal esterilizado pode contagiar também.
Para se prevenir, o uso de camisinha é imprescindível, pois diminui muito os riscos de contágio. Manter higiene, não emprestar peças íntimas, nem dividir toalhas, reduzir o número de parceiros sexuais ou ter um parceiro fixo. E o mais importante, após o uso de camisinha, é ir à ginecologista regularmente, fazer o exame preventivo todo ano, no mínimo. Ao começar a namorar alguém que você já tenha intimidade, diga que está indo ao médico fazer o preventivo e que vai aproveitar para pedir testes de DTS, peça para que ele faça o mesmo, em relação a isso não se pode ter vergonha. Se você possui intimidade com alguém a ponto de namorar e ter relação sexual, deveria ter intimidade para pedir exames também.
Outra coisa muito importante ser dita: homens também podem ter problemas de saúde por causa do HPV. E eles são portadores da doença, na maioria das vezes, sem saber; pois homem além de não ter o costume de ir ao médico com frequência, mesmo que vá não há a mesma visão de fazer preventivo como há em mulheres. Se você vai à ginecologista, ela te pede para fazer o preventivo, o homem só vai quando tem algum problema ou para fazer exames específicos, os médicos, até que eu saiba, não indicam que eles façam exame para saber se tem HPV. Seria um avanço se os homens fizessem esse exame regularmente (urológico), assim como as mulheres, para evitar contagiar suas parceiras. Mesmo que o homem não apresente verruga (s), há um exame em que o médico pode detectar se há infecção do vírus

O diagnóstico das verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou em qualquer área da pele pode ser feito pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele). Genitoscopia: coloscopia, vaginoscopia, vulvoscopia, peniscopia, uretroscopia, anuscopia. Ainda existe exame de biópsia dirigida e histologia. Já o diagnóstico subclínico das lesões precursoras do câncer do colo do útero, produzidas pelos papiloma vírus, é feito através do exame citopatológico (exame preventivo de Papanicolaou). O diagnóstico é confirmado através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida, PCR, hibridação.
Não há desculpas para não fazer exames! Mesmo que não tenha condições de fazer particular e caso não possua convênio, segundo o INCA, há postos de coleta de exames preventivos ginecológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) que estão disponíveis em todos os estados do país e os exames são gratuitos. Procure a Secretaria de Saúde de seu município para obter informações.
Use a liberdade sexual a seu favor: seja livre e feliz, mas tenha consciência! Liberdade não é promiscuidade* e muito menos falta de higiene e cuidados com a saúde. Em um caso como este, de fácil contágio, há que se ter mais cuidados do que o normal, não deixe de usar preservativo (leia-se: camisinha!), se tiver namorando, (além de usar camisinha) peça que seu namorado faça exames assim como você e jamais deixe de ir à ginecologista todo ano (no mínimo!).
Se quiser saber mais sobre esse assunto, acesse os sites abaixo. Saiba mais também sobre as vacinas contra HPV também.


*No sentido literal da palavra (como no aurélio): misturado sem ordem; confuso; indistinto.

4 comentários:

  1. acho isso informa mt bem sobre o assunto!
    deixando as pessoas mais atentas sobre a doença!

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  2. eu tenho hpv tem dois anos e nao fui ainda no hospital

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  3. Não demore de tratar o hpv, quando detectado no início, seu tratamento é simples, mas se demorar, complica, sem falar na possibilidade de virar um câncer. Não arrisque! Cuide de sua saúde. bjos

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