Pesquisa do Expresso Feminino

12 de maio de 2010

Anorexia nervosa

por Flávia Pantoja Strafacci

A busca constante pela imagem idealizada, pela 'perfeição' física permite que transtornos alimentares afetem cada vez mais mulheres e grande parte da culpa é o meio de comunicação que passa a cultura de que beleza está na magreza. Mulheres todos os dias se submetem a regimes loucos na esperança de obterem uma beleza inalcançável, e parte delas acabam desenvolvendo um tipo de transtorno alimentar.
Anorexia nervosa é um transtorno alimentar que surge pelo medo de engordar, mesmo que a pessoa esteja magra. Atinge meninas cada vez mais jovens, 90% dos casos são mulheres entre 12 e 20 anos. A pessoa cria uma ‘neurose’ de estar gorda e passa a recorrer a formas loucas para perder peso.
A dificuldade para pessoas comuns diagnosticarem esta síndrome se dá por se tratar de uma doença com várias causas, não há um motivo específico e único. O que leva uma mulher a adquirir esse transtorno é a associação de fatores psicológicos, culturais, familiares e biológicos.
As pessoas com essa síndrome iniciam dietas rígidas autoimpostas para evitar alimentos calóricos, começam a fazer exercícios físicos excessivos, também podem passar a fazer jejum absoluto. Em alguns casos (anorexia nervosa do subtipo purgativo) apresentam episódios bulímicos (vômitos induzidos, uso de diurético, enemas e laxantes).
Ao se olharem no espelho não se vêem magras em excesso (distorção da imagem corporal) e, juntamente com a baixa autoestima, continuam com os rituais malucos de dietas. Elas passam a entrar numa espécie de depressão se isolando dos familiares e amigos, ficando cada vez mais irritadas, tristes e ansiosas.
Mulheres com esse transtorno têm dificuldade de admitir que estejam com problema e não aceitam ajuda. E a família muitas vezes demora a perceber que não se trata de apenas uma fase, vaidade ou uma mania de emagrecer.
O problema está no fato de que sem ingerirem alimentos necessários para nutrirem seu corpo começam os problemas de saúde como desidratação, diminuição da pressão arterial (hipotensão), anemia, redução de massa muscular, edemas nos membros inferiores, intolerância ao frio, amenorréia (parar de menstruar), osteoporose.
A gravidade da anorexia nervosa é que, se não tratada a tempo de se chegar a casos extremos, pode causar desnutrição, facilidade de adquirir infecções pela fragilidade do sistema imunológico, infertilidade e há casos em que se chega a óbito.
Se você desconfia de estar sofrendo ou tem alguém próximo que possa estar sofrendo dessa síndrome, fique de olho nos sintomas: perda de peso em pouco tempo, interesse exagerado por alimentos, comer em segredo e mentir sobre comida, obsessão por alimentação e peso, exercícios físicos em excesso, se achar gorda mesmo estando muito magra, depressão, irritabilidade, ansiedade, progressivo isolamento da família e amigos, pele seca, amarelada, os cabelos finos e quebradiços, uma leve alopecia (queda de cabelos), amenorréia.
Apesar de ser difícil procurar ajuda ou levar a pessoa com esse problema a procurar ajuda, deve-se fazer um esforço máximo para isso o quanto antes. O tratamento deve ser multidisciplinar, incluindo médicos clínico (ou pediatra), nutricionista, psiquiatra e psicólogo. Se for um caso mais grave, poderá precisar de hospitalização.
Os médicos tentarão recuperar o peso da paciente e tratá-la com psicoterapia para que possa se recompor emocionalmente, aprendendo a lidar com sua doença. O tratamento é demorado e muitas meninas ganham o peso logo para se livrar do tratamento, por isso é fundamental que haja acompanhamento mesmo após o ganho do peso.
O apoio familiar é fundamental para a prevenção ou recuperação da paciente. Pais nunca devem valorizar de forma exagerada os aspectos físicos dos filhos. Essa questão da busca pelo corpo ‘ideal’ deve ser conversada com eles para que não se sintam pressionados a estar ‘perfeitos’ fisicamente, correndo o risco de desenvolverem transtorno alimentar.

Texto baseado nos textos dos sites:
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